A professora Jaqueline Heloísa Malaquias, de 40 anos, trabalha na rede municipal de ensino e está animada para receber o 13º de forma integral no dia 10 dezembro, conforme anunciado pela Prefeitura de Belo Horizonte. Ela conta que o dinheiro já tem destino certo. “Eu estou mexendo com obra em casa, então, boa parte dele já está comprometido com as obras”, explicou. A professora também ressaltou que é a primeira vez em dez anos que vai receber o benefício de forma integral. “Geralmente, a gente recebia a primeira parcela em julho e, depois, em 20 de dezembro”, disse.
Quem é funcionário público ou conseguiu manter o emprego com carteira assinada está realmente bem animadinho com o benefício em um ano muito difícil por causa da pandemia. Consultores financeiros sempre fazem um alerta sobre qual a melhor maneira de se usar o sonhado 13º.
De olho
Carlos Eduardo Costa, colunista do Super, recomenda que ele seja usado com muita atenção e que a situação financeira de cada um deve ser observada para decidir o que fazer. “O 13º dá a falsa sensação de ‘riqueza’. Esses valores são pagos só no fim do ano e, depois, o salário volta a ser normal. Além disso, o começo do ano sempre chega com novas contas pra pagar”, alerta.
O planejador financeiro Igor Magalhães faz recomendações no mesmo sentido e lembra que a situação criada pelo coronavírus exige que todos busquem criar uma reserva de emergência.
Mas para quem não tem dívidas, é possível sonhar. Prestes a receber o primeiro 13º da vida, a vendedora Debora Souza de Oliveira, de 19, diz que vai poupar para conseguir comprar uma moto. “Eu já estou olhando, mas primeiro preciso terminar de tirar a carteira. Então, eu vou aguardar para futuramente comprar”, disse, animada.
Dicas de como usar o 13º
Veja em qual perfil você se encaixa
1- Endividado
Use o 13º para quitar ou diminuir suas dívidas
Priorize as que têm juros mais altos
2 – Sem dívida, mas sem reserva
É a oportunidade de começar a guardar e ter um dinheiro para os desafios de 2021
3 – Com equilíbrio financeiro
Use o dinheiro para se aproximar da realização de seus sonhos e objetivos
Alerta
As parcelas do 13º dão uma falsa sensação de riqueza
Não se esqueça de que nos próximos meses seus rendimentos voltarão ao normal
Pandemia: novas relações de trabalho
Os acordos de redução de jornada e de salário ou de suspensão temporária do contrato de trabalho devido à pandemia geraram um questionamento sobre a forma como o 13º deve ser pago. O juiz do Trabalho Henrique Macedo de Oliveira explica que, embora ainda não exista um parecer da Justiça do Trabalho sobre a nova questão, a orientação feita pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, por meio de norma técnica, é bastante clara.
“Para quem teve redução de jornada e de salário, o 13º deve ser pago integralmente, observando o salário contratual”, explica. De acordo com o juiz, a situação é diferente para quem teve o contrato suspenso durante a pandemia. Neste caso, apenas os meses em que o empregado prestou pelo menos 15 dias de trabalho podem ser contabilizados. Sendo que cada mês trabalhado representa uma décima segunda parte do 13º.
Oliveira esclarece também que a nota técnica feita pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho não tem força de lei, mas é uma orientação objetiva do que deve ser feito pelos empregadores. O que não impede que o empregador pague integralmente o salário de quem teve o contrato de trabalho suspenso em algum momento em 2020.
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